Moradores da histórica cidade de Glastonbury, na Inglaterra, estão promovendo uma campanha contra a instalação de um sistema de internet sem fio na região. A alegação é que a rede Wi-Fi está afetando os chacras (pontos energéticos do corpo) da população e causando doenças.
A cidade, que é um centro importante para terapias alternativas e modalidades espiritualísticas, é a primeira na Inglaterra a ter uma rede Wi-Fi grátis instalada em seu centro. O projeto, financiado pelo Condado de Somerset, custou o equivalente a R$ 117,5 mil.
Os manifestantes acusam o sistema de causar males como dor de cabeça, tontura, erupções na pele e até pneumonia, informa o jornal britânico "Daily Telegraph". Segundo eles, a radiação causada pela tecnologia afeta a produção de melatonina, hormônio relacionado ao sono.
Natalie Fee, uma ex-professora de Yoga, afirma que se mudou da área de cobertura do Wi-Fi com o objetivo de proteger o filho de 5 anos. "Eu pensei que Glastonbury fosse uma área rural. Eu não quero que o meu filho fique exposto a esse risco 24 horas por dia, incluindo a escola dele, que está na área do Wi-Fi. Eu estaria falhando no meu dever como mãe", afirma Fee.
Essa não é a primeira vez que o sistema de Wi-Fi causa problemas desse tipo. Neste ano, a biblioteca de Sainte-Geneviève, em Paris, decidiu desativar o seu sistema de internet sem fio, após a denúncia de "violentos sintomas de mal-estar" por parte de um funcionário, atribuídos por ele à constante exposição aos campos magnéticos do local.
O jornal "Le Monde" chegou inclusive a apontar os sintomas do "mal do Wi-Fi": vertigem, náusea, insônia, dor de cabeça e dores musculares, supostamente causadas por esse sistema comunicação. Entretanto, segundo especialistas, não há evidências científicas de que a rede de internet sem fio cause esses males.
Biblioteca de Paris desliga web sem fio
A biblioteca de Sainte-Geneviève, em Paris, decidiu desativar de modo permanente o seu sistema de internet sem fio, após a denúncia de "violentos sintomas de mal-estar" por parte de um funcionário, atribuídos por ele à constante exposição aos campos magnéticos do local.
Esta é a quinta biblioteca francesa a desativar o sistema sem fio desde dezembro, quando o jornal "Le Monde" apontou o "mal do Wi-Fi": vertigem, náusea, insônia, dor de cabeça e dores musculares, supostamente causadas por esse sistema comunicação.
Na biblioteca de Sainte-Geneviève, no bairro Place du Pantheon, a direção encerrou o sistema após uma petição dos funcionários e convocou "para o mais breve possível" um Comitê de Higiene e Segurança com a presença do Inspetor de Higiene e Segurança do Ministério da Educação Superior e da Pesquisa, uma vez que o local pertence à Universidade Paris 3.
Os delegados do sindicato de funcionários públicos (Supap), que solicitou o cancelamento do Wi-Fi nas bibliotecas parisienses há algumas semanas, se reunirão em breve com a assessora da prefeitura Maité Errecart para discutir a situação.
Diante da falta de dados científicos nessa área, o Ministério da Saúde solicitou à Agência Francesa de Segurança Sanitária do Ambiente de Trabalho (Afsset) um relatório sobre os efeitos dos campos Wi-Fi sobre a saúde e do uso de telefones celulares por parte das crianças, que deverá ser entregue no final do ano;
Em dezembro, a denúncia do jornal "Le Monde" foi acompanhada por uma entrevista com pesquisador italiano Paolo Vecchia, do Departamento de Tecnologia e Saúde do Instituto Superior Sanitário, segundo o qual "pouco se sabe sobre as freqüências utilizadas no Wi-Fi".
"A principal dificuldade é dada pela rápida evolução destas tecnologias, quase não existe tempo para aprofundá-las", acrescentou o pesquisador.
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