"Desejo que os que procuram me compreender sejam livres, não me sigam, não façam de mim a gaiola que se converterá em religião, em seita. Desejo que sejam livres de todos os medos - do medo da religião, do medo da salvação, do medo da espiritualidade, do medo do amor, do medo da morte, do medo da própria vida.
Krishnamurti nasceu em 1895, na Índia, e a partir de 1909, foi educado e preparado durante 18 anos pela Sociedade Teosófica para assumir o papel do Novo Messias (para tal, ele foi colocado como dirigente da “Ordem da Estrela”).No encontro do ano de 1929, em Ommen, na Holanda, quando iria assumir oficialmente o papel de Instrutor do Mundo, diante de uma audiência de 3000 pessoas, Krishnamurti dissolveu a “Ordem da Estrela” e devolveu as doações de propriedades e dinheiro arrecadados para que ele desempenhasse o papel que dele se esperava.
Os membros da Sociedade Teosófica estavam preparados para seguir sejam lá quais fossem os ensinamentos do Novo Messias, menos isso que ele estava dizendo: para descobrirem a verdade por si mesmos. Proferiu o que ficou conhecido como o “Discurso de Ommen”, onde disse que “a verdade é uma terra sem caminho” e que nenhuma organização poderia levar o homem à espiritualidade: “Se uma organização for criada com esse propósito ela se tornará uma muleta, uma fraqueza, uma escravidão, mutilará o indivíduo e o impedirá de crescer, de estabelecer a sua unicidade, que se encontra no descobrimento, por ele mesmo, desta verdade absoluta e incondicional”.
Disse que seu único interesse era libertar o homem: “Desejo que vocês sejam livres de todos os medos – do medo da religião, do medo da salvação, do medo da espiritualidade, de medo do amor, do medo da morte, do medo da própria vida.”
Krishnamurti renunciou totalmente ao papel de Instrutor do Mundo – renunciou a ser representante de uma verdade organizada e passada por outra pessoa – neste sentido, sua visão da verdade era absoluta, cirúrgica. Mas ele nunca disse que não era o “Instrutor do Mundo”. Não deu importância a isso. Não queria seguidores:
“Todos vocês dependem, para sua espiritualidade, de outra pessoa; para a sua felicidade, de outra pessoa, para sua iluminação, de outra pessoa. Quando digo: busquem dentro de vocês a iluminação, a glória, a purificação e a incorruptibilidade do ser, nenhum de vocês se dispõe a fazê-lo. Pode ser que haja uns poucos, mas muito, muito poucos.
Mas aqueles que realmente desejam compreender, que estão buscando o eterno, o sem começo e sem fim, caminharão juntos com maior intensidade, serão um perigo para tudo o que não é essencial, para as irrealidades e as sombras. E eles se concentrarão, tornar-se-ão a chama, porque compreendem. Este é o corpo que precisamos criar e este é o meu propósito. Por causa dessa compreensão real, haverá uma amizade verdadeira. Por causa dessa amizade verdadeira haverá uma cooperação verdadeira da parte de cada um. Não em virtude da autoridade, não em virtude da salvação, mas porque compreendem realmente e, portanto, são capazes de viver no eterno. Isto, sim, é maior que todo o prazer, do que todo o sacrifício.
Krishnamurti passou o resto de sua vida - até morrer, em 1986 – como “hóspede do mundo”, viajando para vários lugares e ficando mais permanentemente nos EUA (Ojai, Califórnia), Inglaterra, Suiça (Saanen) e Índia. Seja onde estivesse, um trabalho profundo na consciência humana ia sendo feito, seja pela sua presença silenciosa ou pelo que dizia. Seus ensinamentos tomaram a forma de palestras públicas (incluindo encontros de perguntas e respostas), ou entrevistas particulares com gente anônima e gente famosa, ou ainda vieram na forma de diálogo com professores, crianças, pais, escritores, estudantes, psicólogos, físicos, profissionais de áreas diferentes.
Falou com cientistas responsáveis por programas nucleares (em Los Alamos), foi convidado a falar na ONU, fazia encontros com estudantes regularmente, falou em universidades. Contou com a colaboração estreita de David Bohm (física quântica). Esteve a par dos acontecimentos mundiais de seu tempo. Não pertencia a qualquer credo ou grupo religioso, social ou político. Todos esses encontros foram escritos, gravados ou filmados para que não houvesse espaço para mediadores. Suas fundações foram criadas apenas com o propósito de disponibilizar esse material registrado, com a advertência explícita que “os ensinamentos têm a autoridade da verdade, e interpretações apenas os distorcem”."
Krishnamurti...maravilhoso!
ResponderExcluirSérgio,obrigada pela visita! Se for de seu interesse um estudo diário da filosofia esotérica original, escreva a lutbr@terra.com.br e pergunte como é possível acompanhar o trabalho do e-grupo SerAtento - visite este link www.FilosofiaEsoterica.com
ExcluirMinha vida, minha historia e meus pensamentos sucumbiram a presenca do grande descobridor de si mesmo e o nosso espelho para redescobrir o nosso Ser.
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