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Era uma vez um país paradisíaco chamado Kiribati, cercado por águas cristalinas. Seus coqueiros, embalados pelo ritmo dos ventos do Pacífico Sul, pareciam ensaiar uma belíssima dança à beira-mar. (ISTO É - Independente - 13/JUN/2008)
O clima tropical e o colorido dos corais espalhados nos 33 atóis fascinavam os cerca de quatro mil turistas que anualmente visitavam a ilha. Ao se olhar o horizonte de Kiribati, a sensação era de um lugar sem fim, e isso porque o seu ponto mais alto tem apenas 81 metros. Tão encantador quanto o cenário eram os seus personagens, ou seja, a população: cerca de 105 mil habitantes, 40% deles compostos de jovens com menos de 15 anos. Na bandeira do país, o lema "Te mauri, te raoi ao te tabomoa" significa, traduzindo-se da língua nativa ikiribati para o português, "Saúde, paz e prosperidade". Pois bem, é justamente isso, saúde, paz e prosperidade, o que acabou. Castigado pelas conseqüências do aquecimento global, Kiribati está se desfazendo como um castelo de areia, sendo aos poucos coberto pelo mar. Na semana passada, num discurso desesperado, o presidente Anote Tong pediu ajuda internacional. Do paraíso ao inferno, seu povo experimenta o êxodo, seus habitantes entraram para a história como os primeiros refugiados ambientais.
O clima tropical e o colorido dos corais espalhados nos 33 atóis fascinavam os cerca de quatro mil turistas que anualmente visitavam a ilha. Ao se olhar o horizonte de Kiribati, a sensação era de um lugar sem fim, e isso porque o seu ponto mais alto tem apenas 81 metros. Tão encantador quanto o cenário eram os seus personagens, ou seja, a população: cerca de 105 mil habitantes, 40% deles compostos de jovens com menos de 15 anos. Na bandeira do país, o lema "Te mauri, te raoi ao te tabomoa" significa, traduzindo-se da língua nativa ikiribati para o português, "Saúde, paz e prosperidade". Pois bem, é justamente isso, saúde, paz e prosperidade, o que acabou. Castigado pelas conseqüências do aquecimento global, Kiribati está se desfazendo como um castelo de areia, sendo aos poucos coberto pelo mar. Na semana passada, num discurso desesperado, o presidente Anote Tong pediu ajuda internacional. Do paraíso ao inferno, seu povo experimenta o êxodo, seus habitantes entraram para a história como os primeiros refugiados ambientais.
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No começo deste ano a temporada de ciclones agravou a situação do país e, para conter o avanço da água, os moradores fazem proteções à beiramar. Mas o perigo surge por todos os lados. Como o solo é poroso, a alta das marés atrai a água subterrânea e então ocorrem as inundações repentinas. Segundo o presidente, até em dias claros se vêem poças d'água por todos os lados: "Pelo que estamos vivendo, Kiribati ficará apenas em nossas lembranças." Infelizmente ele está certo. Segundo dados das últimas cinco décadas, coletados pela Universidade do Havaí, o nível do mar na região vem se elevando 1,07 milímetro por ano. Como um picolé que derrete ao sol, as calotas polares do Ártico estão se desfazendo e elevando o nível do mar. Na Antártica, placas de gelo do tamanho de cidades se deslocam com freqüência cada vez maior. A ONU já afirma que além dos animais teremos países em extinção e essa é apenas a ponta de um iceberg que trará ferrenhas discussões geopolíticas, em um novo mundo onde nações serão desfeitas instantaneamente na água. Lago em fúria
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RISCO Soldados drenam o lago
Cerca de 1,3 milhão de habitantes da província chinesa de Sichuan correm o risco de se tornarem os novos refugiados ambientais. Um forte tremor de terra atingiu na semana passada o dique do lago de Tangjiashan, ameaçando transbordar sobre a região. Centenas de soldados começaram a drenar o lago, onde o nível da água alcançou 742,58 metros acima do nível do mar - uma alta de quase um metro a cada 24 horas. Deslizamentos nas montanhas que circundam o local fizeram o governo remover 250 mil pessoas do vale de Mianyang.
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