sábado, novembro 28, 2009

Documentário de Jiddu Krishnamurti

Quando escutamos uma palestra de Krishnamurti ou lemos seus textos, é comum as pessoas falarem da dificuldade em compreendê-lo, também é comum dizerem que ele é contraditório, talvez irreverente. Mas nem sua fala, tão pouco seus textos contem qualquer sombra de contradição ou irreverência, ao contrário.

Já tive oportunidade de presenciar pessoas tentando interpretar seus textos de forma muito literal, sem preocuparem-se com as entrelinhas. No entanto, para que possamos compreender um pensador (filósofo) deste quilate é necessário buscarmos compreender sua origem, sua cultura e o desenrolar de suas experiências. No meu ponto de vista é fundamental entendermos como era o mundo de sua época! Isto é básico para que possamos compreender atitudes, teorias, conceitos etc., visto que cada um de nós reage frente a sociedade de sua época.
Basicamente ele expressa o tempo todo uma profundidade de pensamento sobre o conceito de liberdade e ao menos no meu entender, fica evidente que isso foi um reflexo de sua experiência humana, sua infância e juventude. O contato com tudo que o rodeava durante toda sua trajetória, diante de uma sociedade que buscava por um salvador, alguém em quem se apoiar, alguém a quem seguir.
O que eu vejo de sublime na sua trajetória é que ele fez do limão que foi sua infância e juventude, uma limonada para o degustar de toda a humanidade! De sua subjetividade dolorida, traumatizada, ele encontrou uma forma de traduzir ao mundo uma maneira mais amorosa de ser. Diante de sua dor mais profunda ele, antes de revoltar-se, identificou-se com as dores do mundo e deu ao mundo um lenitivo objetivo as vezes duro, mas extremamente verdadeiro!
Ele provavelmente sentiu sua liberdade tolhida, ainda quando talvez nem soubesse seu significado! E no meio disto tudo ele conseguiu entender-se como um ser único, capaz de elaborar suas próprias convicções e libertar-se das amarras para ser o que desejavam que ele fosse, um dos grandes instrutores da humanidade, porém livre! E fica evidente que nada disso seria possível se não fosse o grau de espiritualização com que ele chegou a esse mundo e não pelo polimento educacional da epóca e dos conhecimentos dos livros. Ele realmente fez seu autoconhecimento e dele produziram-se frutos trazendo à superfície um intelecto evidentemente superior. E ainda assim compartilhou conosco toda sua dor em forma de amor!
Achei este documentário bastante exíguo, embora traga fotos e vídeos. Espero que alguém ainda se interesse em produzir outros que explorem mais todas as circunstâncias de sua época.
 

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