Matéria do dia 26/10/2009 - Jornal Bom Dia Brasil - Rede Globo
Os madeireiros não encontram dificuldades para transportar as toras retiradas da floresta. Não há fiscalização.A floresta em chamas. Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o Pará lidera o número de queimadas na Amazônia. Já são quase nove mil focos registrados este ano. Em muitos casos, fazendeiros e assentados ateiam fogo na mata para aumentar as áreas de pasto e de plantio. Quando amanhece, as nuvens são de poeira.
Neste pedaço da Amazônia, os madeireiros não encontram dificuldades para transportar as toras retiradas da floresta. Não há fiscalização alguma.
Quando passam pelos postos do governo do Pará, os caminhões não são parados. Muitos não têm nem placas. Um motorista disse que tinha documentação da carga, mas o fiscal não apareceu: “Quem vai fiscalizar? Não tem ninguém aí. Vou embora”.
Quem denuncia o desmatamento costuma ser ameaçado de morte. É o que acontece em um conjunto de fazendas conhecidas como "chumbo grosso". É uma área de conflito, invadida por famílias que esperam pela reforma agrária.
Madeireiros e fazendeiros tentam expulsar os agricultores para ficar com as terras e a mata. Um lavrador se recusou a sair e quase foi morto por pistoleiros: “Quando chegaram, chegaram atirando e eu me escondi. Eles falavam que iam me matar, onde achasse, ia arrancar a minha cabeça”.
Segundo a associação de moradores, pelo menos 230 famílias vivem na área e o clima de tensão é permanente. Durante a noite, parte da madeira é retirada ilegalmente da fazenda. Os caminhões utilizam uma estrada rural para levar as toras até as serrarias.
Voltamos no dia seguinte. O transporte de madeira continuava. Era tanta pressa para retirar as toras que um caminhão capotou. Os ladrões de madeira agem tranquilamente também nos rios da região. Em Paragominas, no nordeste do Pará, chegaram a abrir portos clandestinos para descarregar as toras trazidas de outros municípios. Depois, tudo é transportado em carretas até as madeireiras da região.
A promotora Ana Maria Magalhães de Carvalho quer responsabilizar os secretários de meio ambiente e de segurança pública do Pará por este e outros casos de crimes contra o meio ambiente em áreas invadidas: “A omissão é muito grande, digo assim que eles não levam a sério o problema ambiental, não levam a sério”.
Os secretários não se manifestaram. Já o Ibama diz que as operações têm contribuído para a redução no desmatamento, mas o tamanho do estado dificulta a fiscalização. “Não conseguimos atuar em todos os locais ao mesmo tempo”.
Segundo o Inpe, o Pará lidera o desmatamento na Amazônia. Entre 2001 e 2008, foram destruídos 46 mil quilômetros quadrados de florestas, uma área maior que o estado do Rio de Janeiro.
Infelizmente necessitamos de vontade política e honestidade, não é só no Brasil isto faz falta!
ResponderExcluirJá vi falarem mal do GreenPeace, mas porque os brasileiros de outras tantas ONG´s que existem no Brasil também não vão até Brasília protestar?
È uma vergonha o que ocorre em nosso país. Todos os dias podemos acompanhar pelos Jornais, TV e Internet o descaso com o meio-ambiente.
ISTO TEM QUE PARAR!