terça-feira, outubro 20, 2009

OS CICLOS NATURAIS


Bom dia!
Acordei nesta manhã, e que bom poder dizer “acordei nesta manhã” e por alguns motivos remoendo todas estas questões ambientais que vimos publicadas diariamente nos meios de comunicação e claro aqui na internet também, como não poderia deixar de ser.
E também como todos vocês que de alguma forma acredito estão refletindo sobre o tema, pois queiramos ou não, passou a ser o assunto, me parece mais importante destes últimos anos, e tornando-se a cada dia, o tema mais inquietante de todo o planeta.
Inúmeros artigos e documentários estão sendo produzidos na tentativa de mostrar as evidências de uma provável catástrofe anunciada!

Para muitas pessoas essa catástrofe já se tornou real. Muitos já estão perdendo suas vidas em meio aos acidentes naturais, enchentes, tufões, furacões, terremotos. Mas o fato é que enquanto essa experiência dolorida não bate a nossa porta, outros tantos perdem o trabalho de uma vida inteira e terão a tarefa de recomeçarem. Enquanto isto vai forjando em nós a impressão que somos, de algum modo, privilegiados e sentimos a falsa sensação de que o que ocorre com nosso vizinho está longe de ocorrer conosco. Não estou construindo aqui uma critica, mas apenas constatando fatos e tentando traduzir este sentimento que amanheceu comigo hoje!
Algumas linhas e falas sobre este assunto ficam retumbando em minha mente.
Frases ou falas tais como:
“Nosso planeta está doente”;
“É preciso salvar o planeta”;
Dentre outras tantas, estas duas frases é que ficam me perseguindo, vão e voltam e sou sincera em dizer, me incomodam muito!
Eu certamente não vou contar novidade alguma aqui para vocês, mas percebo a grande dificuldade que temos de sairmos do lugar das vítimas e passarmos para o lugar dos “bandidos”.
Essa dificuldade está em todos nós!
Tive a feliz oportunidade de participar de um grupo de estudos sobre religiões comparadas aqui na internet e quando o tema era autoconhecimento o que mais se podia observar era a fragilidade do comportamento humano diante de questões que conclamavam uma análise íntima, digamos até secreta, sobre si, que na prática deveria levar as pessoas a tentarem filosofar em cima de seus próprios problemas existenciais, buscarem as raízes das aflições, porém sem apontar o dedo para o lado de fora, mas sim para o lado de dentro, cada um a seu modo e tempo.
O que evidenciamos é que temos uma dificuldade tremenda em fazer isto, daí as religiões e outros seguimentos filosóficos e até a própria psicologia, esta última como representante da ciência dentro deste contexto, pode até mudar a abordagem, mas no final o discurso é sempre o mesmo, ou seja, precisamos fazer reforma íntima, necessitamos nos observar constantemente, é necessário uma constante vigilância de nossos pensamentos, palavras e atos, e por ai vai.
Se prestarmos atenção naquelas duas frases também é possível constatar esta mesma dificuldade.
Nos documentários que vimos por aqui, é a meu ver, impossível deixar de nos darmos conta de que o planeta está sofrendo alterações significativas, e para o olhar leigo, como o meu, o que fica é uma sensação inquietante, que vai mexendo com nossos sentimentos e não sei se ocorre o mesmo com vocês, mas o que em primeiro momento me parece é que está faltando alguma coisa neste discurso todo. E se você, assim como eu é uma destas pessoas que gosta de documentários, presta atenção nas colocações das falas, dos textos, vai se deparar com essa ausência inquietante de um significado maior para tudo isso.
Então me vem alguns questionamentos, pois se o planeta está notadamente doente, há que ter uma razão, um mal que vem de algum lugar, assim como um vírus, ou como gostam de dizer os médicos para quando não se tem coisa mais apropriada, “tal doença resulta de uma virose”. Então me parece haver sempre ligado a uma doença, fatores desencadeadores que geram o desequilíbrio natural de um organismo.
E nesse mar de falas e vídeos outro dia vi um documentário que revelava o avesso de todos estes discursos, pois atesta com veemência que o aquecimento global é uma farsa! Depois eu vou até colocar aqui no blog o referido documentário, pois nesta altura dos acontecimentos é bom ver uma opinião diferente. Neste dito documentário, alegam basicamente que o tema Aquecimento Global é o meio pelo qual estaria sendo justificado um novo imposto que resultaria na cobrança de um determinado valor tendo-se como base o volume de CO2 emitido à atmosfera. Se tal imposto resulta-se em custo benefício para “salvar o planeta” (e salvem-se quem puder), então realmente haveria lógica em sua cobrança, porém para qualquer leigo fica claro que, a menos que venhamos a comer dinheiro, isso não resolveria a questão. Porém uma coisa que me chamou bastante a atenção neste documentário foi o fato de abordarem um fator que considero muito importante, os ciclos das grandes alterações do planeta.
Se estudarmos um pouquinho vamos nos dar conta destes ciclos naturais que fizeram desaparecer e aparecer inúmeras espécies, terras e mares ao longo da vida da Terra.
No documentário da BBC – Terra o poder do planeta, e, diga-se de passagem, um dos documentários mais bem feitos até o momento, em minha opinião, a mesma questão dos ciclos é referenciada cientificamente, ou seja, que a terra passa por mudanças climáticas e catástrofes naturais de forma cíclica. A Senhora Helena Blavatsky em sua obra (A Doutrina Secreta (Tomo III – Antropogenese) faz citação sobre estes fatores cíclicos É bom que também levemos em consideração que todos somos provas vivas de que os ciclos que resultaram em grandes transformações no passado não destruiram o planeta. Passadas as crises, a natureza faz um novo arranjo e se renova, dando espaço sempre a novas formas de vida.
Quando um cientista como James Lovelock nos fala sobre a Teoria de Gaia, como um ser vivo, não é para que se pense na terra como um ser vivo dentro do que entendemos fisiologicamente como um ser vivo capaz de pensar, etc., mas que se deve ter uma visão mais ampla no sentido de um organismo vivo, que se auto-regula, em períodos muito longos de tempo se comparado ao tempo que o homem opera e onde as interferências humanas dentro de um grande encadeamento de fatores, podem fazer grande diferença, acelerando o processo ou desacelerando o tempo de permanência da civilização que aqui se encontra, já que é fato as civilizações não são eternas sobre o planeta.
Então volto àquelas duas frases, “o planeta está doente”, “precisamos salvar o planeta”. Se por um lado os que dizem que o Aquecimento Global é uma farsa, porque eles acreditam no que a ciência diz sobre os ciclos, e que tudo o que está ocorrendo faz parte de mais um ciclo, por outro lado não se pode negar mesmo que a interferência do homem fosse assim tão pequena como argumentam, neste contexto todo, ainda assim se poderia dizer que se o momento é de alerta para mais um ciclo que está se anunciando, a menor interferência fora dos padrões naturais cíclicos da Terra pode significar uma aceleração do processo. Então questiono, queremos a extinção agora, ou vamos ficar com esta civilização por aqui durante mais um tempo? `Pessoalmente não acredito na extinção da humanidade, porém uma coisa é falarmos de humanidade e outra de civilização (estado de adiantamento e cultura social, humanidade (o gênero humano).
Creio que após este ciclo, seremos muito poucos por aqui, e para aqueles que ficarem a tarefa de seguir a vida e construir uma nova civilização quem sabe com maiores bases de auto-sustentabilidade para estender sua permanência entre um ciclo e outro. Não é assim que lidamos com nossa própria existência, sabendo que a matéria está em perpétua transformação e que a morte do corpo físico é inevitável? Porém, há um grande detalhe, podemos prolongar ou abreviar o tempo de permanência. E isto me remete de certa forma a pensar em nossa auto-estima, no sentido de como formamos um juízo de valor de nossa própria existência. Mas vou deixar estas outras tantas considerações para outra oportunidade.

Então, a pergunta derradeira:
- Quem está doente? A quem salvar? Ou ainda, quem quer ser salvo?

No final do documentário da BBC isto fica muito claro.

Vou transcrever aqui as últimas considerações deste fabuloso trabalho:

“... num estranho monte de pedras como este. Alguns deles são enormes, as pirâmides de uma civilização perdida.
Esta é a pirâmide de Uxmal. Foi construída mais de mil anos atrás pelos Maias, e ficava no coração de uma cidade de 50 mil pessoas. Hoje, poucas ruínas dessa cultura um dia próspera.
Existem muitas teorias acerca do desaparecimento da civilização Maia. Alguns dizem que foi uma guerra, outros que uma estiagem a eliminou, mas se há uma coisa certa é que eles não estão mais por aqui agora. É um lembrete que nenhuma civilização durará para sempre.
Na imaginação humana, os 1500 anos de ascensão e queda do império Maia parecem incríveis. Mas não é nada comparado ao que aconteceu aqui durante todo o período da vida da Terra. Esta área nem sempre foi uma floresta. Existiram vezes que ela ficou sob o mar. Em outras vezes, coberta de gelo. E 65 milhões de anos atrás, foi aqui que o meteorito Chicxulub aportou. Mas mesmo isto não deixou muitos vestígios para trás. A terra e a vida se recuperaram, algumas vezes até se beneficiaram desta e de cada outra grande catástrofe. Esta habilidade de lidar com as catástrofes é verdadeiramente algo muito especial sobre a terra. Nosso planeta é muito durão, e não há nada que sugira que isto irá mudar num futuro próximo. A longo prazo a Terra pode superar qualquer situação em que a coloquemos. Nós podemos extinguir todas as florestas, mas ela pode renascer depois de alguns poucos milhares de anos. Podemos queimar todo o combustível fóssil, enchendo a atmosfera com dióxido de carbono, mas mesmo assim levaria 1 milhão de anos ou mais para a atmosfera se recuperar. Até mesmo os animais que estão sumindo eventualmente serão repostos por outros igualmente ricos em diversidades, já que o trabalho implacável da evolução continua. É apenas uma questão de tempo.
A terra ficará muito bem.
Não é para se dizer que as mudanças velozes que estamos forçando na Terra não importam. Isto porque o homem opera numa escala de tempo diferente. Nos desenvolvemos para viver no mundo como está agora. Então, modificando este mundo, estamos alterando o mesmo ambiente que permitiu a raça humana a prosperar. Nós podemos estar criando condições que ameacem a longo prazo a sobrevivência de nossa civilização. Então, todo este alarde em salvar o planeta Terra, bem, isto não é problema.
O planeta Terra não precisa ser salvo.
A Terra é uma notável sobrevivente.
Não é com o planeta que devemos nos preocupar, é conosco.”
Não creio que depois disto eu deva fazer outro qualquer acréscimo ao que já foi dito, a não ser que muitos de nós continuamos a apontar o dedo para o lado errado.

Estamos nos afogando no oceano e culpando as ondas por isto!

Assistam o documentário na integra, cada segundo valerá a pena!

Paz profunda a todos os seres!

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