REIKI

Olá pessoal!

Vou inaugurar hoje uma nova tag (etiqueta) sobre REIKI, mas antes gostaria de fazer algumas considerações a respeito, já que o tema ficou tão popular que infelizmente caiu numa certa vulgarização.

Ouvia falar de REIKI através de amigos isto lá no ano de 1999, então isto foi no final do século passado (risos). Mas Somente em 2000 que fui conhecer a técnica, através de um curso oferecido pelo SESI – Serviço Social da Indústria, aqui na minha cidade (Porto Alegre). Posso dizer que tive o privilégio de ter como Instrutor o Sr. Everton Chemelo, que nos orientou de forma muito responsável em uma abordagem puramente técnica sem superstições, ou qualquer influência religiosa, ou mística, se não apenas no que consta dentro da tradição do Sistema Usui Shiki Ryoho, até porque sabemos que o REIKI não é uma religião. 

Até meus 15 anos, minha leitura era voltada à Doutrina Espírita de Allan Kardec, e mais tarde passei a trabalhar no espiritismo, buscando algum estudo mais profundo sobre energia humana, já que trabalhei alguns anos com a técnica dos passes (simples, grandes correntes e isolados) e, diga-se de passagem, há grandes discussões a respeito de técnicas de passes dentro deste seguimento.

O ano de 1999 foi um ano de grandes transições, um ciclo se fechava em minha vida e outro estava surgindo. Minha vida estava muito atribulada, problemas familiares, mudanças no trabalho, conclusão do curso de Pedagogia, a perda de minha mãe no final do ano de 98, enfim mudanças significativas ocorrendo em todas as áreas.

Um colega de trabalho comentou sobre a Técnica do REIKI e eu fiquei interessada além de muito curiosa e marquei com ele um tratamento de 10 dias consecutivos.

A primeira sessão de REIKI foi boa, mas pouco interessante, eu estava ainda muito tensa, então foi como entrar num grande relaxamento e zerar um pouco a mente, fazer silencio como se diz. Da primeira experiência como paciente a única coisa que posso relatar foi o que o terapeuta comentou comigo quando ele tentou colocar suas mãos em minha cabeça. Ele disse que foi de certa forma, empurrado contra a parede que estava atrás dele e teve que pedir permissão para aproximar-se novamente.

Já na sessão seguinte, consegui relaxar um pouco mais sem maiores problemas. Na terceira sessão eu saí do meu corpo físico pela primeira vez de forma consciente.

Posso dizer que a preparação para a saída do corpo não foi uma experiência tão agradável, já que comecei a perceber meu corpo ficando enrijecido, imóvel e gelado, batimentos cardíacos também caindo e a respiração era mínima, tudo parecia estar funcionando apenas para manter as mínimas condições do corpo físico. Eu não tinha idéia de que sairia do corpo de forma consciente, tão pouco era minha intenção. Mas observei que a transmissão daquela energia era algo impar que eu nunca havia experimentado antes. Longe estava das práticas do passe ou da sensação de receber um passe. E isto me deixou mais curiosa por entender mais profundamente a técnica.

Bem, eu saí do corpo físico pelo coronário, aliás, a sensação é de que estamos escorregando suavemente de dentro de algo muito desconfortável que é nosso corpo físico. A sensação de poder sair é algo muito prazeroso, lembro da sensação de liberdade ao sentir-me desprendendo-me do corpo físico e voar literalmente para cima e transpor o teto de concreto e poder ver as estrelas no céu noturno e continuar voando cada vez mais alto. Não tenho lembrança alguma do retorno. Mas senti ao retornar meu corpo físico revigorado, fiquei muito emocionada e até chorei um pouco, meu emocional estava um trapo velho, como se diz aqui no sul. 

Bem há muito que contar do meu tratamento, principalmente porque teremos que falar não somente sobre mediunidade, mas principalmente sobre nossas capacidades Anímicas e é aí que começamos a pegar as chaves destas questões que querendo ou não no início fazemos certa confusão. Mas isto eu só fui entender quando fiz meu curso de iniciação ao REIKI. E outros entendimentos somente vieram com a prática do REIKI já como terapeuta. Mas para fechar esse meu relato, tenho que enfatizar que REIKI e Passes são no meu entendimento, coisas bem distintas, ambas as técnicas excelentes, e sobre isto é bom registrar que este entendimento não somente enfoca a questão puramente intelectual, mas principalmente o aspecto de um conhecimento que vai mais além do conhecimento cerebral, ou seja, daquilo que muitas vezes sentimos intimamente e que nos é impossível traduzir em palavras. Há quem duvide, há quem discorde, mas só aceito argumentos de quem praticou ambas as técnicas, do contrário ficamos num campo onde a pura especulação e até mesmo vaidades falarão mais alto. 

Entendemos que tudo é energia, porém a forma que movimentamos e direcionamos essa energia torna uma técnica diferente da outra, posto que se tudo no âmbito de transmissão de energia fosse a mesma coisa (doin, acupuntura, cura prânica, etc.), por pura definição apenas, não daríamos nomes distintos a elas. No entanto, o cético irá sempre discordar disso e por este motivo me mantive por muito tempo calada a esse respeito quando em determinados grupos de atividades.

Também é interessante observar que a experiência com o REIKI é algo bastante subjetivo do qual poderíamos falar por horas e horas seguidas e quando isso ocorre nos damos conta de que o REIKI é para ser sentido. Também devemos ter em mente que cada pessoa possui uma sensibilidade distinta, assim poderíamos a grosso modo, comparar o grau de sensibilidade que alguma pessoas demonstram ter com relação a dor física, com o grau de sensibilidade emocional e por ai vai.

Quando iniciei este texto falei na banalização do REIKI e isto se pode comprovar através da internet, não somente pelos nomes que foram atrelados a técnica (Reiki disso, Reiki daquilo), mas também a outras sintonias que prometem um patamar mais elevado de sensibilidade etc. Sinceramente a este respeito sou bastante cética. No entanto, assim como num processo meditativo que vai tornando-se cada vez mais sutil na medida em que é praticado, toda e qualquer técnica torna-se, no meu entendimento é claro, cada vez mais sutilizada aos nossos sentidos na medida em que é praticada, até chegarmos ao ponto de não necessitarmos voltar aos passos da técnica e entrarmos num estágio onde percebemos que o grau de sensibilidade supera a própria técnica e esta ultima passa para um patamar apenas do projeto inicial numa função de ir aos poucos automatizando o start da fluidez energética. É como instalar um software novo cujo processamento básico após sua instalação automatiza-se, mas neste sentido é através da prática do Reiki que vamos saindo do campo meramente cérebro físico para um campo mais sutil onde não necessitamos utilizar a memória convencional. E com relação a isto podemos evidenciar o que alguns autores falam a respeito do que o Sr. Usui pensava quando introduziu alguns símbolos ao REIKI, no sentido de alcançar mais rapidamente a sintonia através de um determinado padrão vibratório e que com a prática o terapeuta fosse ficando cada vez menos dependente da técnica e dos símbolos, por outro lado mais sintonizado com esse padrão vibratório.

A técnica é reconhecida pela OMS (Organização Mundial de Saúde) como uma terapia alternativa ao alcance de todos. 

Os instrutores sérios e responsáveis possuem certificados e registros junto aos órgãos públicos para poderem praticar o REIKI de forma profissional, assim como qualquer outro terapeuta. No meu caso, os certificados foram emitidos pelo SESI com o aval do meu instrutor e com eles podemos buscar o registro de terapeuta.

Por enquanto ficamos por aqui, e no próximo texto vou contar algumas ocorrências relacionadas com a mediunidade ainda nestes 10 dias de tratamento e como ocorreu o meu processo de sintonia com o REIKI e a experiência com os primeiro exercícios práticos.

Paz profunda a todos os seres!