sexta-feira, dezembro 11, 2009

A mediocridade da normose tecnológica e industrial


Não importa o quanto às pessoas estejam insatisfeitas com as suas vidas, elas continuam a fazer exatamente o que eles sempre fizeram. Elas nunca param para pensar como poderiam por um fim em seus problemas. Ao invés disso, elas apenas reclamam, culpam seus maridos ou esposas, seus patrões, o governo ou a atualidade....A maioria das pessoas vive em sua personalidade exterior comum e ignorante que não se abre facilmente ao Divino; mas há um ser interior dentro delas, do qual elas não sabem, que pode se abrir facilmente à Verdade e à Luz. No entanto há uma parede que as separa dele, uma parede de obscuridade e não-consciência. Quando ela desmorona, então há uma libertação." Sri Aurobindo - La Sintesi dello Yoga - Vol. II
Existe no normótico uma resistência de ordem espiritual, que é uma recusa de crescer, de frutificar, de se transformar, uma recusa constante de se entregar a uma Vontade Superior, a qual faz com que se conforme com sua condição humana e se recuse a experiênciar Deus em si mesmo.

Por não vivenciar essa experiência de unicidade interior, não consegue superar a identificação ilusória de separatividade. Vê-se como um ser separado de si mesmo, dos outros seres humanos e do próprio Universo. Esse tipo de posicionamento normótico diante da sua própria existência leva-o a mediocridade...

"A mediocridade processa idéias como um triturador, misturando tudo numa massa uniforme, eliminando nuances, detalhes, sabores, cores, transformando tudo numa coisa só, na maioria das vezes, cinza. E sempre com o respaldo de um líder, de uma tese, de uma idéia". Luciano Pires - Brasileiros Pocotó

Essa mediocridade faz com que o normótico permita a existência de um sistema tecnológico industrial imediatista e inconseqüente, isento de uma genuína responsabilidade social. Podemos encontrar respaldo para esta afirmação neste texto de Sogyal Rinpoche:

"A sociedade moderna é em larga escala um deserto espiritual em que a maioria imagina que esta vida é tudo o que existe. Sem qualquer fé autêntica numa vida futura, a maioria das pessoas vive toda a sua existência destituída de um sentido supremo... crendo basicamente que esta vida é única, as pessoas do mundo moderno não desenvolveram uma visão a longo prazo. Assim, nada as refreia de saquear o planeta em que vivem para atingir suas metas imediatas, e agem com um egoísmo que pode tornar-se fatal no futuro". Sogyal Rinpoche - O livro Tibetano do Viver e do Morrer - Pág. 25

Ainda no mesmo livro, encontramos um texto de José Antonio Lutzenberger, que demonstra que a total insensatez da normose industrial:

..."a sociedade industrial é uma religião fanática. Estamos derrubando, envenenando e destruindo todos os sistemas vivos do planeta. Estamos assumindo dívidas que nossos filhos não poderão pagar... Agimos como se fôssemos a última geração do planeta. Sem uma mudança radical no coração, na mente, na visão, a Terra se extinguirá como Vênus, calcinada e morta".

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