Imagine morar numa casa que aproveita a luz do sol, a água da chuva, recicla seu lixo orgânico e geram, com ele adubos, e que não polui o meio ambiente com esgotos domésticos e outras coisas mais que tão frequentemente encontramos nas grandes cidades pelo mundo a fora.
Agora, imagine os benefícios advindos de se morar em casas sustentáveis e que gerem recursos para seus moradores através da venda do excesso de adubos, da redução das contas de água e de luz elétrica e que, ainda por cima, sejam extremamente confortáveis e aconchegantes; mesmo no calor ou no frio.
Pois é, todos esses benefícios podem ser extraídos das casas sustentáveis. E, se por si só, não forem suficientes para transformarem essa nova forma de construir e de projetar casas uma realidade cotidiana para todos os habitantes de nosso planeta; é porque algo de muito errado está acontecendo conosco.
É claro que os custos de construção das casas sustentáveis são, em média, trinta por cento maiores do que os custos envolvidos na construção de uma casa pelo método tradicional. No entanto, se analisarmos mais de perto e com mais atenção, veremos que esse custo inicial maior, se refletirá num ganho posterior considerável que pode superar com folga qualquer elevação de valores que se experimente na época da construção das casas sustentáveis.
Por isso mesmo, é estranho observar que mesmo nos grandes centros urbanos (teoricamente onde mais se precisa delas) as casas sustentáveis ainda são uma exceção e são vistas como algo “diferente” e “aberrante” por muitos proprietários e mesmo engenheiros e arquitetos. O preconceito é claro e sentido quando a frase: “Isso é coisa de hippie” é ouvida quando se propõe a construção de casas sustentáveis. Só depois, com muito convencimento e com a demonstração das projeções de economia de recursos futuros e da potencialidade de obtenção de novos recursos financeiros com os subprodutos das casas sustentáveis é que elas “entram” para o mundo real.
E, o principal culpado disso é o próprio governo. Ao invés de incentivar a construção dessas casas e de reduzir impostos dos materiais certificados ou reciclados que venham a ser empregados durante a construção, muito pouco é feito nesse sentido. Para dizer a verdade, durante muito tempo e governo até tornava impossível à reciclagem e plástico, por exemplo. Não que ela fosse proibida. Mas os impostos que eram cobrados pelo material reciclado (que já havia pagado impostos em sua “vida” anterior) o tornavam muito mais caro do que o material de “primeiro uso”. Isso servir apenas para entupir nossos rios e mangues de garrafas pet. Felizmente, algum “gênio” de Brasília acordou e mudou essa realidade.
Exatamente a mesma coisa acontece com a construção de uma residência sustentável. Alguns materiais são caros porque o governo exige uma série de tributos e de burocracias que acabam encarecendo a utilização desse tipo de material. Mas isso vem mudando e a mentalidade começa a se alinhar com o desejo dos ambientalistas. Muito em breve, será possível construir casas sustentáveis pelo mesmo custo dos imóveis comuns e isso, com toda a certeza, será a contribuição definitiva para que a construção de casas sustentáveis passe a ser a regra e, não mais, a exceção.
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